sábado, 27 de julho de 2013

PARABÉNS, PASTOR!


Mais uma primavera Deus te dá

Por isso quero te homenagear

E desejar-te ricas bênçãos lá do céu

Pois Deus por seu insigne amor

Tem lhe agraciado meu pastor

Porquanto nosso Deus Ele é fiel


Mais um aniversário alcançado

Pelo amor de Cristo rodeado

E o carinho que esta Igreja lhe despensa

A Deus pois, damos toda honra e glória

Pois nele alcançastes a vitória

E mais um ano Ele lhe aumenta


É belo ver um santo festejando

Os anos que com Cristo vem passando

E Nele, como a vida é empolgante!!!

Pois mesmo lá no vale da aflição

Na noite de intensa provação

Com Cristo tu saístes triunfante


É grato ver o coro a Deus louvar

E os grupos de louvores entoar

Canções de gratidão por ti ouvidas

Poemas pelos santos recitados

Dizeres de honrarias dedicados

A quem vive a velar por nossas vidas


Receba com sincero coração

Pois vem da alma nossa gratidão

Honrando-te qual servo do Senhor

Que Deus te abençoe grandemente

É pois a oração de cada crente

Neste teu natalíco, oh pastor!!!


Leila Castanha

07/2012


Prece


Eu quero a alegria de viver como a criança
Que nos braços maternos esbanja euforia.
Eu quero a esperança de um náufrago que avista

Após a tempestade romper-se um belo dia.

Eu quero ter a paz qual terra que, cativa,
Os louros da vitoria alcança após a guerra.
Ser qual fiel soldado que após cada batalha
Eleva a voz em glória ao ver a sua terra.

Eu quero ser qual pássaro que após a liberdade
Evoca de seu peito os mais belos louvores.
Qual mãe rejubilosa ao ver salvar-lhe o filho
Enxerga a esperança qual rio de esplendores.

Quais folhas renovadas após o frio inverno
Eu quero a crença viva de minha fé cristã.
Vencer meus dissabores e ser vitoriosa,
Tendo a certeza plena de um belo amanhã.

Eu quero os olhos claros após todas as lágrimas
Qual chuva que a limpeza no chão sujo restaura.
Eu quero o sentimento de alivio e liberdade,
Qual dor que se expurga quando a doença sara.

Eu quero ser autêntica em minha adoração
Qual peixe dentro d’água naturalmente vive.
Eu quero a ousadia de a Bíblia propagar
E a unção divina ter como jamais eu tive.

Eu quero que esta prova qual noite escura cesse
E deixe-me mais forte pra meu viver futuro.
Eu quero que me guies no angustioso vale
Sê tu minha vanguarda e meu Porto Seguro.

Leila Castanha
07-2013.








  

TENSÃO


Estou  tensa! O peso da responsabilidade me dói os ombros e maltrata minha coluna. Carrego sobre os lombos doridos o peso do mundo. De um mundo pequeno e fechado na qual se insere a minha vida.     Contas e mais contas, preço que a existência me obriga a pagar. Como é caro viver! E olha que a minha vida não exige tanto quanto a de muitos neste planeta cujo nome nos leva a lembra-nos que somos apenas forasteiros, com passagem de volta previamente comprada. Terra, o planeta em que vivemos a vida e que, ironicamente, já traz em si outra terra cujo lugar é nosso jazigo de morte. Vivemos numa corda bamba e qualquer descuido é suficiente para passarmos de um alto projeto de vida para o mais profundo leito de morte.

Estou tensa! Preciso pagar pela vida e me acho sem emprego. Minha fonte está secando e minha sede de justiça só aumenta. Preciso viver, no mínimo, sobreviver, mas como pagar pela vida sem o dinheiro necessário? Estou tensa! Sinto medo dos credores, que envoltos em suas razões me ligam incessantemente em busca da cobrança de meus débitos. Desligo o telefone, mas a campainha de meu cérebro honesto não cessa de tocar lembrando-me de cada pagamento não efetuado. Meu coração sensível à pressão e meus nervos em retalhos ameaçam tirar minha sanidade mental por culpa dos meus sensores de honestidade que em mim foram implantados desde a infância.

Porém, apesar de meu senso de justiça, não posso pagar pela vida.  E como é cara! Precisamos comprar a paz erguendo altos muros e cercando nossas casas com grades, necessitamos comprar prazer, investindo nosso dinheiro em roupas, calçados e acessórios, precisamos comprar bem estar adquirindo peças diversas que levamos para nossos lares e nossas vidas, somos obrigados a todo o momento pagar o alto preço pelo nosso futuro, investindo em algo que não nos deixe ficar na mão quando os credores da vida exigir o pagamento de nossas contas com os juros decorridos e tantas vezes aumentados.

Estou tensa! Tenho uma vida para pagar e outras sob minha tutela e não vejo saída. Quero pagar pelo que comprei e efetuar novas compras conforme exige a necessidade para se viver. Quero ter em alto grau minha honra e educação. Quero lutar pela minha vida, mas não há vagas. Quero trabalhar pela minha sobrevivência, mas não tenho habilitação. Quero voltar a assumir o controle de minha existência, mas não acho o caminho.  Quero sonhar de novo ao invés de viver nesse emaranhado de pesadelos, mas meu sono é revolto. Preciso voltar a comprar minha paz, a adquirir minha felicidade, a possuir meus objetos de prazer, a conquistar meus projetos para o futuro. Preciso voltar a ser eu e libertar-me da sombra insana que me persegue, do meu eu perdido e sem rumo.

Estou tensa! Perdi meu nome, meu respeito, minha alegria, minha paz, meu bem estar, meu prazer, meus anseios futuros e minhas convicções pessoais. Nos meus registros públicos meu nome é inadimplência, minhas qualidades resumidas como inadimplente e meu caráter obscurecido pela dívida.

Estou tensa! Me dói o corpo por não conseguir relaxar. Minhas vértebras sentem o esforço da tensão que pressiona minha cabeça. Minhas mãos tão ávidas para o trabalho, tremulam e entrelaçam-se em preces a Quem pode me fazer descansar:

Só tu Senhor, podes tirar-me deste charco de lodo e me fazer habitar em lugar seguro!

Por ora, estou cansada de lutar sem avistar a vitória e meu corpo grita em desespero:

Socorre-me Senhor, estou tensa, estou tensa, extremamente tensa!


Leila Castanha

07/2013


A VOCÊ, PASTOR!


Conheço um homem que sempre se preocupa com a vida alheia. Seus olhos e pensamentos rondam a procura de estranhos, suas mãos são hábeis para escrever mensagens aos corações diversos e seus pés estão sempre trilhando onde pode deparar-se com gente que mal conhece.

Este homem não tem vida própria. Ele vive à sombra de outras vidas. Não como um parasita que se instala no hospedeiro, mas como um vírus que depende de um órgão vivo para combater as daninhas bactérias. Ele não tem pensamentos próprios, pois todos eles são direcionados à vida de alguém.

Seus olhos são como luzeiros que clareiam a vida de gente que mal conhece. Seus lábios estão sempre procurando criar palavras e frases capazes de colocar um sorriso em rostos tristes e dar ânimo ao fadigado. Seus pés são altamente treinados para ir à direção mais obscura a fim de resgatar os perdidos.

Este homem apesar de possuir família, amigos e parentes, passa horas a procurar de um rosto estranho a qual possa descobrir-lhe o nome. Ele sempre procura novas vidas para agregar à sua. Sempre procura estranhos para fazer deles parte de sua família. Ele ama seus familiares e a todos quantos fazem parte de seu rol de amizade, porém, está sempre preocupado com pessoas de fora de seu círculo. Seu desejo é ama-los como a filhos e honra-los como amigos íntimos.  Velar por suas felicidades e direciona-los a caminho seguro. Ele não procura corpos nem  mentes.  Ele angaria almas. Almas sedentas e espíritos desolados.

Seu anseio é ser olhos para os cegos de espírito e guia para os que seguem caminhos dúbio. Usar suas mãos para apoiar os fracos na fé e para arrancar as almas das mãos do Tentador. Ser voz a clamar aos que estão desatentos e anunciar-lhes as Verdades Eternas. Ser os pés dos que manquejam por causa das agruras do caminho e direção a quem precisa de um guia.

Este homem não nasceu  para ser apenas pai, marido, amigo ou parente. Ele nasceu com uma vocação e traz sobre os ombros uma importante missão.

Sua vocação é amar. Sua missão é iluminar os de mente obscura, guiar os perdidos ao caminho da salvação, dar suporte aos desamparados e aflitos, e velar por nossas almas.

Ele é um anjo de Deus, cuja mensagem inspirada na Santa Palavra tem o poder de refazer o animo ao cansado e despertar no  homem a necessidade de nascer de novo.

Este homem tem um nome, mas nem todos o conhecem. Tem um rosto, mas muitos nunca o viram.

Seu título, porém é renomado e o benefício de seu ofício reconhecido. Este homem chama-se Pastor.  Um título do qual depende dezenas de vidas. Ovelhas que sem sua orientação não sobrevivem.

Você, Pastor Fulano, é muito importante para esta Igreja, pois é no seu empenho que está garantida a saúde deste rebanho.

Por isso só nos resta agradecê-lo pelo seu cuidado e felicita-lo neste dia de seu natalício.

Receba, pois, o carinho desta congregação e de todos quantos te amam!


Leila Castanha

07/2013

quinta-feira, 25 de julho de 2013

MINHA CASA, MINHA VIDA!


Sou muito ligada a minha casa. Amo arruma-la, organiza-la e deixa-la agradável.  Sonho com o dia em que poderei  comprar móveis novos e muitos enfeites para adorna-la. Algumas pessoas não entendem porque tenho tanta fixação por minha casa. Aliás, não é apenas pela minha, mas amo ver mudanças na casa de pessoas que me são próximas.

Hoje parei para pensar sobre o porquê gosto tanto de perder tempo idealizando minha casa. Folheio revistas sobre o assunto e sou atraída por qualquer programa ou até mesmo conversas informais que tratem desse tema.  Sofro muito por este hobby, pois meus sonhos custam dinheiro e sendo pobre, não é  privilégio meu poder realizá-los. Mas, com certeza, há motivos para eu gostar tanto de idealiza-la.

Bom, descobri o seguinte: Meus pensamentos e sonhos, não se tratam da casa, mas de mim. Minha casa é apenas uma extensão de mim mesma. Ela reflete o que penso, o que gosto, o que admiro, o que desejo e o que sou. Ela é um espelho de minha mente.

Por exemplo: Adoro ler e escrever, por isso eu passo horas imaginando como  seria o cômodo de meus sonhos, que é uma biblioteca.Teria estantes enormes, empilhadas de livros e revistas de diversos temas. Porque enormes? Simplesmente porque é o tamanho do meu gosto pela leitura. A escrivaninha de madeira escura com objetos claros sobre ela seria, nada menos, do que a materialização do meu gosto pela escrita.    Madeira, porque me remete à simplicidade: gosto da rusticidade bucólica, e a madeira me traz essa lembrança.   Os objetos claros sobre ela,  seriam assim escolhidos porque me remetem à limpeza. Sou fascinada por ela! Amo ver tudo limpo e organizado. Portanto, a verdade é que minhas escolhas retratam minha própria personalidade. Sou muito preocupada com higiene e a beleza da simplicidade me inspira!

 Outro cômodo que me fascina é o quarto. Sonho acordada com cada detalhe. Se eu tivesse condições financeiras, teria uma cama larga,alta e aconchegante com belos forros que a tornariam deslumbrantes. Colchão da mais alta qualidade para resguardar minha coluna e para ter um sono agradável! Compraria uma poltrona  confortável que me serviria nos momentos de leitura ou quando fosse ver TV. A mesinha ao lado da cama traria um porta-lápis, um caderno e alguns poucos livros à mão para que eu pudesse lê-los antes de dormir. Do outro lado apenas um criado-mudo com um abajur sobre ele e um aconchegante tapete aqueceria os pés de minha cama. À frente, uma pequena mesa me serviria como escravinha e para tomar um cafezinho quando eu estivesse só. E, claro, teria um banheiro.

Em resumo: Meu quarto, descrito acima, dentre outras coisas, exporia meu lado reservado e minha necessidade de espaço. Amo ter minha privacidade respeitada e, portanto, nada melhor que um pedacinho de cada cômodo nele.

Na sala de estar, imagino um lugar amplo e bem aconchegante. Lustre no centro da sala e arandelas nas paredes do corredor. Exatamente! Não gosto de lugares escuros.  Um tapete  com cores que remetessem aos móveis cobriria o chão em frente dos sofás e rack e teria um quadro, talvez com a figura de uma casinha de sapé no meio do verde e um rio deslizando entre as pedras,  no qual as pessoas pudessem vislumbrar a beleza da natureza e a riqueza de sua simplicidade. Amo as coisas simples e belas! Logo, não é o quadro que me fascina, mas a figura singela seria apenas o meu Eu materializado nele. Na realidade, não é a sala aconchegante que vislumbro em meus sonhos de reforma, mas o meu modo de querer receber as visitas acaloradamente. Não são os belos lustres e arandelas que gritam em meus delírios, mas a minha satisfação em ver a beleza do mundo de forma clara e nítida.

A sala de jantar teria uma enorme mesa com oito cadeiras e um lustre sobre ela. Um espelho ampliaria o espaço e um quadro a frente da mesa daria aos convidados o prazer de visualizar figuras genialmente pintadas que lhes encheriam os olhos enquanto degustassem o alimento servido em belas louças. Belas, no entanto, sem muito requinte. Os requintes são para os poderosos, mas eu apenas desejo viver bem. Bem conforme a minha medida, já que cada um tem a sua própria medida de prazer e satisfação.  Minha casa recontaria meu passado humilde em criatividades de bom gosto entre o simples e o belo.

Imagino os enfeites sóbrios sobre o rack, que nada mais seriam senão o retrato da minha paixão pela beleza e o valor que dou à virtude da moderação. Sou uma pessoa equilibrada e costumo ponderar minhas ações. Odeio excessos! Sou contida em todas as minhas relações e atitudes. Como isso não apareceria de alguma forma na casa de meus sonhos?

No quarto pincelaria uma cor sóbria com alguns detalhes em cores quentes para ressaltar o meu cantinho de aconchego. Na sala, pintaria com cores calmas para relaxar os convidados. Na cozinha, cores alegres como prenúncio da festa do estômago guarnecido pelo alimento que dela sobrevém.  Na sala de jantar, brincaria com as  cores vivas, enquanto que  na biblioteca espalharia cores suaves e neutras para não desviar minha atenção  nos momentos de leitura ou escrita.

Na verdade, não existe regra alguma sobre o que falei em relação a estas tonalidades de cores para os determinados cômodos, mas o que é realmente seguro afirmar é que é dessa forma que me sinto em relação a cada cômodo.  Portanto, a cada pincelada de tinta e nas sensações que elas produzem, sou eu o tempo todo e meu modo de encarar cada espaço de minha casa.

Assim, descobri que gosto de pensar em minha casa, porque gosto de pensar em mim e em minhas necessidades. Não é a casa que precisa de reparos, mas eu. Não é a casa que precisa de algum móvel para completá-la, mas eu que me sinto incompleta nela. Não é a parede que pede pintura, mas minha sensibilidade que grita por algo que me retrate.  Não é o móvel que é feio, mas eu que não me vejo retratada nele. Sou eu o tempo todo e não a casa. É o meu desejo de encontrar-se comigo mesma no meu ambiente de vida, que me faz perder longas horas de meu dia pensando e repensando o quê e como fazer para melhorar o visual e o designer de minha casa. Ou seja, como e o quê fazer para melhorar a minha autoestima e satisfazer os meus caprichos.

Por que sou tão afixada em melhorar a minha casa? Porque minha casa não é apenas um espaço onde me abrigo e fixo endereço. Minha casa é a extensão de mim mesma. Minha casa é o retrato dos meus sentimentos mais ocultos. Minha casa é a versão resumida de toda a minha vida. Cada móvel, pintura ou adereço são pequenos pedaços de mim. Os cômodos são os desenhos de minhas necessidades que mudam a cada situação do dia: Ler, dormir, ver TV, comer, cuidar da higiene pessoal,  receber visitar, me recolher, enfim...

Os sonhos que idealizo sobre a minha casa, nada tem a ver puramente com a casa, mas comigo. A casa dos meus sonhos é a versão da minha personalidade feita em alvenaria e mobiliada com minhas necessidades e minha particular visão de mundo.

 Leila Castanha
07/2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O ALMOÇO

Julho de 2013. Minha mãe, minha irmã, meu cunhado e meu sobrinho vieram à Grande São Paulo em visita aos parentes.  A duração de suas visitas seria rápida, por isso, já próximo ao dia de suas partidas, ainda não haviam tido ocasião de vir a minha residência. Foram convidados a almoçar na casa de uns, tomar café na casa de outros e ainda passearem pelos locais históricos na companhia de alguns parentes, que também procuravam carinhosamente fazerem a sua vez.  Eu não tive como sair e mostrar-lhes lugares interessantes ou comprar-lhes presentes, visto que o dinheiro me era mirrado. Mas, apreciei muito a estadia de todos no seio de nossa família.
De repente, tive uma ideia meio maluca, mas, realmente genial. Maluca porque eu estava desempregada, genial porque estas coisas fazem parte de momentos raros e lembranças duradouras!  Resolvi dar um almoço em minha casa para juntar os filhos, irmãos e suas respectivas famílias. Também convidei mais algumas famílias próximas a nós para congratular-se conosco. Combinei com as mulheres da casa e cada uma se responsabilizou por um determinado prato, enquanto eu corria a retocar a casa e lhes garantir as providências.  Os homens se empenharam  igualmente dando alguma ajuda e assim foram todas bem vindas e o almoço saiu.

Eu estava bastante calma por tratar-se de pessoas próximas a mim. Para não dizer que nada saiu como desejado, restou-me a reclamação do horário em que o almoço foi servido. Porém, nada fora do normal para um evento com muitos pratos, assim sendo, foi dentro do esperado. Mesas foram providenciadas e adornadas conforme permitiam as posses atuais. Os pratos, copos e talheres espalhados graciosamente sobre o aparador e nas duas mesas seguintes os alimentos jaziam expostos e prontos para serem devorados. Sobre as demais mesas, que foram forradas com toalhas brancas, estavam dispostos vários tipos de saladas contendo em cada uma um molho especial. Cada mão que participara do “almoço comunitário”, conforme o apelidei, fazia magistralmente aquilo em que tinha mais habilidade: temperar, cozinhar, adornar, limpar, comprar etc. Tudo por um propósito em comum: Gozar a presença dos entes queridos, que o espaço ,  tempo e a ocasionalidade da vida providenciaram o afastamento.

Proclamado o momento de iniciar-se o esperado almoço, formou-se uma fila e todos se serviram como desejaram e aos poucos os pratos foram esvaziando-se enquanto os estômagos enchiam-se.  As mesas estavam convidativas, pois sobre elas jaziam tentadoras e deliciosas receitas: Arroz à grega e arroz branco, feijão bem temperado, macarrão ao creme, frango com tudo dentro acompanhado de sua deliciosa farofa, fricassê de frango, lombo recheado, bacalhau com rodelas de pimentão, além das saladas já mencionadas acima.

Após se servirem, cada um retirou-se com seu prato para algum lugar que desejara. Nos fundos da casa formou-se uma deliciosa roda de conversa. Na sala outra sessão de bate-papo, nas mesas alguns jogavam conversa fora, em um dos quartos as crianças divertiam-se com o Playstation 2, enquanto que em outra área os adolescentes colocavam a conversa em dia. Na cozinha ficaram as pobres almas que se afogavam em pratos e talheres sujos que pareciam dar crias. Uns lavando, outros secando e outros ainda dando apoio moral com sua presença.

Após todos terem se fartado, foi a vez das sobremesas: Creme de morango, sorvete de chocolate, salada de frutas e uma torta de maçã servida com um café fresquinho.

Todos saborearam as delícias e algumas horas depois cada um retirou-se para suas casas. Os filhos de minha mãe, aos poucos voltando aos seus ninhos, junto das esposas e filhos; os netos separando-se, despedindo-se dos primos sob protesto de terem que partir; a tia com os primos, deixando saudade em seu lugar e por fim, só eu e minha família estávamos novamente a sós, tentando espantar do ar aquela sensação de vazio que ficara na casa há pouco tempo tão cheia.

A hora passou depressa, mas foi bom enquanto durou. Todos juntos, como nos velhos tempos que teima em não mais voltar. Uma visita, portanto, deve ser a desculpa ansiada pelo tempo para fazer seus velhos gracejos.

Ainda sinto o sabor do momento. Não me lembro bem do gosto daquelas deliciosas refeições, mas lembro-me perfeitamente do gostinho de quero mais que perdurou em meu coração, cada vez que me lembro daqueles rostos amigos e tão bem conhecidos, que o tempo afastou em seus afãs,  e da  nova geração que se formou. E sinto-me satisfeita em saber que ainda que os mais jovens nunca mais tenham a oportunidade de ver seus parentes reunidos, hão de levar consigo ao menos um resquício da lembrança  do que é ter família e no futuro, poderão olhar pra trás e  sentir saudades dos velhos tempos.


Leila Castanha

07/2013