quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

COISA DE PRINCIPIANTE





   A primeira vez é sempre assim: Dá um friozinho na barriga, uma insegurança que sai de não sei onde, um medo de cometer gafes e uma sensação teimosa de que não vai dar nada certo. É verdade que a intensidade desses sentimentos varia de pessoa para pessoa, no entanto, todos conhecem a interrogação que acompanha a quem vai fazer algo pela primeira vez.
Particularmente, sou uma pessoa que tem o mau hábito de diminuir os meus valores. Normalmente, penso que não sou capaz disso ou daquilo. Por causa dessa minha deficiência minhas experiências como principiante costumam tornar-se ainda mais terríveis e propensas aos mais diversos “micos”.
Aí vai quatro de minhas diversas histórias geradas pela “primeira vez” na qual me inseri em alguma situação na vida:
Lembro-me que na igreja em que congreguei durante minha adolescência, quando alguém ingressava no rol de membros, o culto seguinte era separado para que os novos ingressos tivessem sua primeira oportunidade de falar à igreja.
Como me preparei para este dia! Segui até a dica de um amigo, mirando-me ao espelho enquanto proferia cada palavra. Após alguns ensaios, achei que estava perfeito! 
 Finalmente, eu estava preparada e, apesar de um pouco nervosa devido a minha falta de experiência, não via a hora de falar meu primeiro discurso para o público daquela igreja.
Quando menos esperei, o dia almejado chegou. Pena que no dito momento, já não era tão desejado assim... Eu era todo nervosismo e ansiedade! Podia sentir meu coração ameaçando pular pela boca e minhas pernas estavam tão trêmulas que era possível vê-las se esbarrando uma na outra.
De repente, ouvi meu nome ser proferido ao microfone e quase tive um piripaque. Mas, escondi minha crise nervosa sob a máscara do sorriso e subi no púlpito com toda a pose de quem estava segura de si. Aí comecei a recitar todas as palavras que havia treinado e decorado nos meus ensaios prévios, tendo o cuidado para não deixar escapar nenhuma vírgula ou ponto sequer. 
Terminei meu breve discurso (iniciantes não costumam ousar muito), desci meio atordoada sem entender direito se fiz tudo certo ou se errei em algum momento na “decoreba”, e já sentada comecei a rever silenciosamente se segui todo o esquema pré-estabelecido nos dias de ensaio.
Horas depois, revendo cada palavra e as entonações por mim usadas, fiquei extremamente desapontada. Percebi que esqueci frases, das quais julgava importantes, errei as entonações precisas que fariam minhas palavras mais claras, gaguejei algumas vezes ferindo a estética do discurso, enfim, minha “primeira oportunidade”, simplesmente, não saiu como eu previa!
Em outra ocasião decidi sair sozinha pela “primeira vez”, isso lá pelos meus dezessete anos de idade. Saí com a cara e a coragem para realizar essa aventura, justamente na selva de pedra do centro da cidade.
Ao andar por aquelas ruas tão pequenas ao meu entender, após algumas horas vagando por elas mudei minha ideia inicial e passei a ver aquele emaranhado de trajetos como um complexo labirinto, pois quanto mais eu andava a procura de um endereço, mais distante dele eu me encontrava. 
Meses depois, apesar da nítida lembrança das desventuras que sofri naquele lugar, a persistência diária fez-me compreender que não era tão difícil assim andar no miolinho de São Paulo. Muito diferentemente do que achei no primeiro dia em que resolvi descobrir meu lado aventureiro!
Outro dia, resolvi pegar o metrô, vale dizer que na época há muito não me utilizava desse meio de transporte, e como se fosse minha primeira vez, achei tudo muito novo, principalmente pelo avanço da modernidade que tinha lhe dado outros ares, e lá passei mais um dos inúmeros micos de principiante.
 Na hora de passar na catraca, encostei o bilhete no visor ao invés de colocá-lo sobre o leitor, que ficava um pouco abaixo. Para que eu não fosse responsável por uma fila quilométrica, alguém fez a gentileza de me auxiliar, indicando-me o local correto. O problema agora era outro: todas as vezes em que aquela alma bondosa que me auxiliara olhava em minha direção eu queria sumir, pois ficava imaginando as gargalhadas produzidas pelo seu cérebro.
Outra situação ainda mais cômica foi quando pela primeira vez utilizei os terminais de ônibus no período noturno. Certa noite, ao fazer a transferência de um ônibus para o outro dentro do terminal precisei atravessar para o outro lado, a fim de alcançar a plataforma onde ficava meu transporte. Comecei a subir a rampa, que tinha forma de um S de barriga para baixo, e reparei que apesar de cerca de dez pessoas ter descido do ônibus juntamente comigo, somente eu estava subindo aquela rampa enorme. Pensei, pensei, pensei, e continuei sem entender para onde foram todos.
Ao descer a outra rampa que daria acesso à minha plataforma, finalmente cheguei ao dito corredor e percebi que cometera mais uma das minhas coleção de micos de principiante: a partir de determinada hora da noite, os portões que dão acesso às plataformas ficavam liberados ao público, por isso, aquele povo que desceu do ônibus comigo, simplesmente desapareceu a minha vista. Os passageiros chegaram a outra plataforma do terminal atravessando na faixa, um local plano e suave, enquanto eu levei alguns minutos consideráveis para  atravessar aquela ponte sem fim.
Contei estas histórias dentre tantas outras que me sucederam, só para dizer o seguinte: Todos nós temos capacidade de aprender, mas não devemos nos esquecer de que para tanto, ninguém pode pular esta fase chamada “a primeira vez”. Por isso, pare de adiar seus planos com medo de que algo possa dar errado, pois se você persistir nesse pensamento apenas irá adiar essa experiência “inevitável”.
Veja a vida como um jogo: Se passar na primeira fase, as demais se apresentará automaticamente. Sua primeira vez é só a porta para entrar no mundo dos seus ideais, depois, a tendência é ficar mais fácil. Portanto, coragem e vá em frente!
Afinal, a primeira vez só acontece uma vez, as demais vezes a experiência se encarregará de fazer ficar fácil.

Leila Castanha
03/2013


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

POR TRÁS DA MÁSCARA




 
...É, todos rindo!..
Dias e noites

Vindo e indo

Sem entender,

Que aquele riso

É qual açoite

Sorri a noite

E vive a sofrer!...


Jamais entende
A multidão

Que é pelo pão

Que ele depende;

Seu coração

Está em bagaço,

Dá gargalhada

Bem disfarçada

Pobre palhaço!...


Cria prazer

Só alegrias.

Melancolia

É seu viver...

Atrás da máscara

Leva o fracasso

Inventa mágica

Esconde mágoa

Pobre palhaço!




Autoria: Laerço dos Santos

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

EM TEUS BRAÇOS SENHOR


Vale a pena Senhor, em teus braços
Por cansado que eu esteja poder descansar
Teus braços me são ternos, teu regaço
Ao mais débil anima, faze-o revigorar

Na minha pequenez, plena debilidade
Somente os teus  braços podem me sustentar!
Sinto-me confiante, sim, com sinceridade!
Não temo em teus braços poder me apoiar!

São mui fortes, robustos, os braços do Senhor...
Sustentação para o frágil e desalentado
Que já cambaleante vive o pobre viajor,
Sofrendo neste mundo por seus próprios pecados!

Te agradeço Senhor, por querer me apoiar
Nos teus braços benditos, segurar-me enfim,
Sinto-me hoje mais forte, vivo a te adorar,
Pois teus braços fizeram na cruz me redimir!

Os teus braços ao perdido acenou: "Vinde a mim"
Convidando ao pecador, a todo transgressor,
 Garantindo o perdão no madeiro, assim...
De braços estendidos, em gesto de amor!


Autoria: Laerço dos Santos

sábado, 23 de fevereiro de 2013

VOCÊ É UM SER ÚNICO!


Muitos se sentem extremamente inúteis num mundo cercado por Jogadores de futebol talentosos, atrizes e atores de primeira categoria, modelos exuberantes cujo retrato é disputado a milhões, cientistas respeitados e tantos outros talentos que nos fazem sentir um pontinho minúsculo numa grande página escrita.
Quantos dariam tudo por uns míseros cinco minutos de fama? Daí o grande sucesso dos reality shows, que expõem a privacidade dos participantes ao invés de mostrar seus talentos. Mas, para acalantar o sentimento de invisibilidade, para alguns, tudo é válido!
O ser humano nasceu com a necessidade de agrupar-se, de viver em sociedade, e com esta carência natural, também existe dentre de nós um vazio que só é preenchido quando nos sentimos aceitos. A tensão do primeiro dia de aula ou do primeiro emprego, explica bem o medo que sentimos da não aceitação. Porém, para o ser humano sentir-se aceito, não basta apenas fazer parte de um grupo ou de uma sociedade, mas, vai muito além disso: ele precisa sentir-se valorizado como pessoa, seja pelo seu modo de ser ou devido a um talento que possua.
E em busca desta aceitação pessoal temos as faculdades cheias de corações vazios buscando a conquista intelectual ou profissional como meio para obter o reconhecimento almejado.  Muitos buscam no diploma, não o preenchimento de seu intelecto na obtenção de novos conhecimentos, mas, desejam simplesmente preencher seus corações com elogios e com gestos de simpatia daqueles que os rodeiam. Há os que procuram formar-se em cursos acadêmicos nos quais não se identificam, tendo em vista o respeito que a formação lhes garantirá ao lhe dar o direito de um nome idealizado de “doutor”, “engenheiro”, “mestre”, ou qualquer outra nomenclatura que para eles servirá de antídoto para o veneno que lhes corroem, cujo nome é “anonimato”.
Não sabem estes que cada pessoa já carrega dentro de si um talento ímpar. Que nenhum famoso pode adquirir suas habilidades, por mais talentosos que possam ser, porque a vida é um dom  dado por Deus para cada um de nós de forma exclusiva. Ninguém é igual a ninguém, e por mais que se pareçam ainda há divergência de opiniões e gostos pessoais. O ser humano é um ser único, e o que mais me deixa confusa é o fato de que, apesar de querermos ser reparados, ainda temos a tendência de seguir a opinião comum para sermos notados. Como nos sobressairemos sendo iguais a todos?
A luz só é notada porque é diferente das trevas. O fogo só é apreciado se  não for vencido pela água. A água só se faz desejada para o refrigério, se não estiver alterada pelo mormaço do fogo. A chuva só é bem-vinda onde não há chão alagado. O calor e a quentura do sol só é motivo de prazer, onde o solo não está morrendo pela seca. O conhecimento só faz sentido, quando traz novidade. O sal só é valorizado se ao misturar-se à comida fizer diferença no sabor.
 Em suma: Os iguais podem até sobressair-se em número, mas os que fazem a diferença é que são  necessários! Os iguais podem ter seus cinco minutos de fama, mas o reconhecimento é privilégio dos que não tem medo de serem autênticos!
Há anos os negros americanos sofriam preconceito racial, e certamente nenhum deles concordava, porém, só foi possível sua libertação quando alguns resolveram agir diferente dos demais, que apenas lamentavam-se,  e ao invés disso, começaram a lutar contra a discriminação racial,  como é o caso de Martin Luter King, que por ser diferente, fez a diferença e ficou na história.  Nelson Mandela ficou conhecido e consequentemente reconhecido por lutar contra o apartheid (os negros eram separados dos brancos), na África do Sul e tornou-se o primeiro presidente negro daquela nação, pondo fim ao regime segregacionista. O ex-presidente Lula,  conseguiu galgar a presidência, não por ser um operário, mas a propaganda que lhe levou ao poder, foi a exploração de sua imagem como uma pessoa  que fez a diferença ao tomar a decisão de lutar pela defesa dos trabalhadores.  A princesa Isabel, independente de seus motivos reais, alcançou fama não pela sua posição de realeza, mas pela sua atitude de assinar a lei áurea, que foi totalmente antagônica a de seus antecessores. Jesus Cristo não foi reconhecido por ter sido um grande religioso, mas porque agia diferente dos religiosos de sua época ao mostrar-lhes que era possível viver o que se prega. E tantos outros personagens da história, dos tempos remotos ou dos hodiernos, só alcançaram o reconhecimento porque foram autênticos, ao invés de xerocarem as atitudes das pessoas de seu meio.
Ser talentoso é ter alguma habilidade especial, e isto todo ser humano tem. Uns cantam extramente bem; outros são exímios músicos; outros têm grande facilidade para ensinar; outros fazem malabarismos com tamanha facilidade, enquanto que outros têm facilidade de contrair e fazer amizades; outros têm extrema paciência para ouvir; alguns são extrovertidos e tem habilidade de enturmar os mais tímidos;  outros são inesquecíveis pelo talento na cozinha; outros tem uma habilidade tão maravilhosa com as palavras que encanta os ouvintes; ainda há outros que tem grande proficiência na arte de aconselhar, de contar piadas, de fazer as pessoas rirem com um simples gesto,  enfim, se observarmos bem, todos temos talentos especiais.
Sim, são “especiais”, porque nem todos possuem os mesmos dons e ninguém é tão privilegiado a ponto de ter todos para si.
É por isso que devemos nos valorizar: temos talentos que são só nossos, porque ninguém terá o nosso jeitinho de trabalhá-lo. Cada professor tem sua maneira de ensinar; cada pregador tem seu jeito de aplicar o sermão; cada escritor tem seu modo de lidar com as palavras; os cantores podem cantar as mesmas músicas, mas cada um tem o seu timbre de voz; cada paisagista tem seu toque pessoal, e assim por diante. Pode-se ter talentos iguais, mas as habilidades com que usamos nossos talentos é totalmente particular.
Você pode até querer desejar algum talento que não tenha, todavia, jamais despreze o que você tem. Você é um ser único, e o que você pode fazer, ninguém conseguirá fazer, porque por mais que alguém trabalhe, ainda faltará você fazendo a sua parte.
  Adquira mais conhecimento para aperfeiçoar seu dom, mas jamais use de artifícios para ser mais um na multidão. Seja você mesmo, cada vez mais melhorado, porque se o ser humano fosse para ser previsível e xerocado, Deus nos teria feito robôs.  Todavia, ele nos fez tão originais que ninguém possui o mesmo DNA. Você é você e ninguém pode tomar o seu lugar, e o seu talento é tão seu como suas impressões digitais deixam claro que você é único dentre milhares.

Leila Castanha
02/2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

SALVE A BANDEIRA BRASILEIRA!

Bandeira verde e amarela, branca e azul anil
Representa em tuas cores a condição do Brasil
Verde mostra a esperança de um povo salutar
Cuja fama se destaca a coragem de lutar

Lutar por um Brasil melhor de um futuro promissor
Cheio de paz, de união, alegria e muito amor
Esperança de vencer a pobreza tão veraz
Para a fome e a nudez não voltarem nunca mais

O verde nos representa esperança ao coração
Pra que todos desta terra venha ser bom cidadão
A cultura,  aprendizado, amplia do povo a mente
Tornando cada pessoa um cidadão mais decente

O verde de suas matas  preserva o nosso futuro
E dá ao povo  o prazer de respirarem ar puro
Se matarem nossas matas morrerá a esperança
Pois com ele morrerá no Brasil cada criança

O amarelo é o ouro, representando a riqueza
Que dá ao povo alento e lhe destrói a pobreza
Nosso país é tão rico de riquezas naturais
Que nosso povo podia viver sua vida em paz

O azul desta bandeira representa o céu anil
Cuja cor sublime e calma espelha o nosso Brasil
De lá Deus protege a gente com sua mão divinal
E nos dá a segurança de seu amor paternal

O amarelo indica que podemos prosperar
Se pôr nosso objetivo sempre em primeiro lugar
Se não for rico de prata, ouro ou algum dinheiro
É rico de honra e fé nosso povo brasileiro

O branco diz da virtude e honra de nossa gente
Cujo pudor e respeito sempre irão a nossa frente
Todo símbolo é contido nessa  flâmula altaneira
Nosso salve, nosso viva à bandeira brasileira!

Leila Castanha
27-06-11



BANDEIRA DO BRASIL


Bandeira do Brasil verde e amarela
És o retrato fiel desta nação
Por isso é que o seu povo te revela
Quanto te ama ó lindo pendão!

As tuas cores representativas
Traduzem esforços de um povo viril
Verde, as matas com as cores vivas
Amarelo, o ouro do nosso Brasil!

És linda, ó Bandeira brasileira
Quando hasteada um coro triunfal
É entoada para ti Bandeira
De uníssono, o hino nacional.

Quanto te amo ó pendão formoso!
Retratas este país acolhedor
Que é o Brasil esplendoroso
Pátria que bem merece o nosso amor.

Sempre em meu peito este amor gigante
Por ti aumenta ao ler sublime verso
Na branca faixa ao ver-te tremulante
Quando hasteada..."Ordem e Progresso"


Oh! quão amada és dos brasileiros
Da cor dos céus trazes o azul anil
Admirada és dos estrangeiros
És bela, ó Bandeira do Brasil!


Autoria: Laerço dos Santos

Obs.: Este poema encontra-se no livro do autor.

INTERROGAÇÃO

Levo todo o tempo a me perguntar:
Até quando e onde saberei quem sou?!
E nessa "interrogação" longa, persisto
Reservo-me a fazer indagações assim,
Como terei resposta?
Interrogando vou...
O tempo passa rápido e pra saber insisto.

Daqui, dali, a todos sempre irei procurar
O modo de viver, meu pensar,
meu agir,
Saber meu sentimento, e porquê
existo assim

Suave voz interior no âmago responde,
A minha alma ouve um sussurrar pra mim
Numa clara linguagem começa a me falar
Tudo que interroguei, Ele disse:
Ouça-me,
O que és? És imagem minha, e eu te fiz.
Sou tricotômico e sou a semelhança de Cristo!




Autoria: Laerço dos Santos

Obs.: Este poema foi declamado durante a cerimônia fúnebre do autor.
Encontra-se em seu livro "Poesias do Coração".


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

SONHOS E SONHOS




O sonho é uma coisa que quase todo mundo conhece. Talvez, todos conheçam.  Eu mesma não conheço ninguém que nunca tenha sonhado.
Quanto a mim, cheguei a me ver como uma pessoa extremamente sonhadora, afinal, não havia uma noite sequer que passasse em branco sem que eu sonhasse com qualquer coisa. Muitas vezes nem me lembrava do que sonhara, mas certo era que sonhei.
Outro dia ouvi alguém se gabando de que quase tudo com que sonhava se cumpria. Cuidado! - dizia  o sujeito à pessoa com a qual sonhara - dificilmente meus sonhos não se realizam.
Senti uma pontinha de inveja, ou talvez fosse apenas admiração, não sei definir ao certo. O caso é que me lembrei de que também já tive essa fase dourada: Podia contar com espectadores a cada vez que tinha um sonho, porque todos sabiam que poderia ser um daqueles proféticos, que certamente haveria de se cumprir.
Todavia, para minha infelicidade, nos anos que mais precisei de meus sonhos para relaxar-me da dura realidade do dia a dia, eles desapareceram. Fiquei noites a fio sem um sonhinho sequer que me levasse para uma viagem fora da minha realidade. Meus afazeres constantes e minha fadiga diária traziam-me quase todas as noites pesadelos sem fim. Acordava-me agonizando tendo nitidamente em minha memória as pegadas do terrível assassino que se aproximava de mim, enquanto desesperada eu corria sem ao menos sair do lugar.
Certa noite, já cansada dos pesadelos noturnos e conformada com o sumiço de meus sonhos, comecei a pensar naquela pessoa que alertara ao outro sobre seu poder onírico. E desses pensamentos, me veio a seguinte conclusão:
Quem fecha os olhos para sonhar enquanto a mente inerte guia todos os seus sentidos para uma realidade imaginaria que existe só nos sonhos nada é. Todavia, quem de olhos abertos e com a mente lúcida, usa todos os sentidos para ir atrás de uma realidade que só conhece nos sonhos, esse é digno de ser admirado.
Daí a pergunta que não quer calar: que tipo de sonhador é você?
O que vive sonhando, ou o que vive de perseguir seus sonhos?


Leila Castanha

02/2013

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A MENTE ÀS VEZES MENTE

Estou para conhecer algo mais traiçoeiro do que a mente humana. Embora ela nos ajude a separar a realidade da ficção, ela também é perita em inventar histórias.
Outro dia, durante uma ligação, a pessoa com quem eu falava me contou que o médico diagnosticara qual era a enfermidade causadora dos sintomas terríveis que sentia.  Ao ouvi-la descrever os horrores que passava com as reações provenientes daquela doença, senti-me solidária, e do intimo do meu ser desejei jamais ter que passar por aquela situação.
No entanto, alguns minutos após o término da ligação, reparei que sentia os mesmos sintomas. Fui para a cama e pensei, em desalento:
“Quem diria! Estou com a mesma doença que acabei de ouvir falar”.
Apalpei o meu corpo a procura de mais vestígios e descobri estarrecida que podia senti-los e até vê-los a olho nu. Após esta constatação os sintomas pareciam cada vez mais fortes. Tamanha foi a pressão que sofri com o choque que minhas mãos tremiam e tive grande vertigem, o que piorou ainda mais o meu diagnóstico:
“Meu Deus, pensei sentindo o corpo desabando, já deve fazer anos que sofro disso e só agora percebi!"
Finalmente, reconhecendo que meu fim estava próximo, passei a sentir pena da minha desgraça e até esqueci-me da pessoa que contara ter descoberto que sofria da mesma enfermidade que eu.
Já sem conseguir dar conta de estabilizar os sintomas horríveis e diários dirigi-me ao médico e relatei-lhe o ocorrido (não do telefonema, mas da minha enfermidade). O doutor olhou-me por alguns segundos e rabiscou uma medicação:
-Tome isto somente a noite, durante trinta dias ininterruptos.
-O que é isto? - perguntei, sentindo uma ponta de raiva, pelo relaxamento do profissional que nem me consultara -  O senhor nem me examinou...
-Claro que a examinei- defendeu-se o médico - por isso lhe receitei esse remédio.
- Então... - disse-lhe eu sentindo as mãos suarem - o que tenho?
- Nada - respondeu-me o doutor, com um sorriso que odiei - é tudo psicológico. Tome estes calmantes que você ficará ótima.
Levantei-me, escondendo minha reprovação, agradeci-lhe a atenção e sai do consultório. Ao fechar a porta atrás de mim, desabafei com o meu acompanhante:
-Droga de médico, acha que basta olhar para a cara do paciente que é o suficiente para descobrir-lhe a doença.
Em seguida, caminhamos rumo ao carro enquanto eu  vomitava nos ouvidos do pobre homem o meu desapontamento, ao que solícito apenas concordava.
Alguns metros distante do hospital lembrei-me dos sintomas que me forçaram a visitar aquele lugar, e ponderei sentindo meu rosto enrubescer:
-Como pode, nem cheguei a tomar os remédios e já  me sinto bem!
E o pior é que eu sabia que não estava mentindo sobre os sintomas anteriores. Não tinha porque inventar aquilo. Eu sentia de verdade e sofria tão verdadeiramente quanto contei ao médico.
Enquanto continuava o trajeto de volta para casa sentia-me confusa e decepcionada comigo mesma.
-O que é isto? - pensei confusa - Doença psicológica?!
Ao ligar os nomes, compreendi do que se tratava:
“Psicológica, deve ser algo ligado à mente, então... -   conclui por dedução-  ela só pode ter me enganado reproduzindo em mim o mal alheio.”
“Claro! - gritou uma vozinha irônica que parecia vir do fundo do meu cérebro – por que você acha que se chama “mente””?
-Ah é! - pensei alto, assustando meu companheiro que dirigia - ela me pegou de novo!
É, de novo, pois essa não foi a primeira, nem a última vez que minha mente inventou suas histórias fantasiosas e me pregou peças.
Talvez isso aconteça porque durante toda a nossa infância ela nos divertiu criando histórias imaginárias,  desde monstros a fada, e como isso nos fazia bem, quem sabe ela acredite que ainda precisamos de suas brincadeiras?
Independente do porquê ela teima em nos causar sustos, fazendo-nos confundir realidade com ilusão, acredito que o segredo de mudarmos a  sua atitude é tomarmos o comando.
Uma mente controlada é capaz de nos levar aos altos da vitória, mas os que se deixam controlar por ela geralmente o seu limite são os quartos de hospício ou os leitos da depressão.
Portanto, se você tem uma historia parecida com esta, o melhor é apressar-se em tomar as rédeas dos seus pensamentos antes que a sua mente te leve para lugares que te farão lamentar a sua falta de domínio próprio.


 Leila Castanha
2013


O TRABALHO DIGNIFICA "O HOMEM"



Desde que as pessoas se entendem por gente, também compreendem que o trabalho é necessário para dignificar o homem. É dele que se tira tudo que necessitamos para  viver. É através dele que podemos escalar os “Everests” da vida e nos desviar dos “icebergs” no mar agitado do nosso dia a dia.
No entanto, o trabalho assalariado está cada vez mais escasso e hoje há uma verdadeira competição por vagas, visto que grande parte das empresas trocou a mão de obra humana pelas máquinas, dificultando ainda mais ao homem encontrar seu lugar ao sol.
Na realidade, em nossos dias o maior trabalho que o homem pode ter é o de encontrar trabalho, e quando o encontra este vem munido de um salário mesquinho e miserável, e ao invés de dignificar o homem o escraviza, roubando-lhe todo o seu tempo e suas energias que poderiam ser dispensados em algo enriquecedor como o convívio familiar e a educação.
Daí  se tira a conclusão de que o trabalho só dignifica o homem quando este  pode usá-lo em seu favor, isto é, quando o homem pode tirar proveito dele,  e não como vemos em nossos dias: pessoas sendo sugadas pelos seus empregos, que tiram sua liberdade de lazer, e lhes fecham a porta para a educação, mantendo-as prisioneiras e tornando-as apenas sobreviventes ao invés de possibilitá-las melhores condições de vida.
Enquanto não fizerem a relação “trabalho-trabalhador”, o único “homem” que continuará a sentir-se digno, é o patrão, já que suas contas estão sempre recheadas e em seu julgamento de valor costuma confundir “moeda” com “moral”, pois a balança que usa para pesar o quanto é digno são as cifras com as quais compra a consciência dos que os apoiam.
No entanto, para o trabalhador, a única dignidade que encontra em seu trabalho é a de não trocar sua honra surrupiando o dinheiro alheio. É a dignidade de conservar sua consciência tranquila a ponto de poder dormir amparado pela certeza de que foi merecedor de cada centavo, e  de muito mais, apesar da miopia egocêntrica de seus superiores não permitir que os tais enxerguem o quanto seus funcionários são indispensáveis para continuarem a manter a arrogância de se pressuporem os “Reis da Cocada Preta”.


 Leila Castanha

2011






terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DEUS É MÃE


Deus é Espírito (Jo 4.24a)


Calma, já explico o que quero dizer!
Para iniciar minha reflexão sobre este tema, recorro ao salmo 32.7 (parte a), onde Davi dirige-se a Deus em sua oração dizendo: "Tu és o lugar em que me escondo!"
 Analisando este quadro em que Davi lança-se nos braços de Deus, desamparado e temeroso, buscando Nele sua segurança, imagino a cena de uma criança insegura e indefesa buscando amparo e guarida nos braços de sua mãe. A partir desse episódio, reporto-me a algumas situações as quais creio que todos nós já passamos quando crianças.
Lembro-me de um cenário bastante comum às mães e aos filhos em idade escolar, cuja hora mais terrível para o pequenino é seu primeiro dia de aula, ou seja, seu primeiro dia sem a sombra protetora da matriarca.
Esta ao despedir-se de seu filho assustado e confuso por compreender a sua frente situações novas a serem exploradas, e estando a criança consciente de que não terá ao seu lado aquela figura amiga que tão bem conhece,  fixa o olhar de sua mãe com uma enorme interrogação saltando dos próprios olhos e por um instante fita-a seriamente.
De repente, o pequeno sorri  timidamente e rende-se as mãos da professora  que o leva porta adentro, que o leva sem entender o motivo de sua rendição. No entanto, ambos, mãe e filho bem o sabem. A criança acabara de ler  no olhar  materno aquela frase que sempre o estimulara: "Não tenha medo, eu  estou aqui!" 
E foi exatamente isso o que aconteceu ao apóstolo Paulo quando em sua primeira defesa sentiu-se só e desamparado e mais tarde ele mesmo revelou o motivo de seu êxito, dizendo a Timóteo: "O Senhor assistiu-me e fortaleceu-me" (2 Tm 4.16,17). Em nossa linguagem podemos entender sua frase num texto muito mais familiar: "O Senhor estava comigo!"
De outra feita, Moisés, antecedendo ao apóstolo, inseguro e temeroso ante ao peso da responsabilidade de sua missão em levar o povo de Israel à Canaã, protestou, "batendo o pé" decidido: "Sem a tua presença não sairei daqui" (Ex. 33.15)
Por acaso não era assim que nos sentíamos diante da ameaça do afastamento materno?
Não compreendo porque tanta relutância em comparar Deus à uma mãe, se o próprio comparou-se a esse ser singular, dizendo ao povo de Israel: "Como alguém a quem consola sua mãe, assim Eu vos consolarei..."
Deus não viu problema algum em comparar-se à elas, então porque teremos?
A verdade é que a Bíblia diz que Deus é espírito, portanto um Ser desprovido de sexo: ele não é homem, nem é mulher, mas espírito (1Jo 4.8).
Sabemos que na cultura judaica, a mulher era vista de forma mais inferiorizada, por isso não seria uma boa ideia associar Deus a figura feminina. Mas todos os indícios bíblicos que tratam acerca do procedimento divino nos trazem à lembrança o cuidado e tratamento de uma mãe junto a seu filho. Não há nada de errado em compara-lo a um Pai, porém, que tal vê-lo com outras lentes?
Pense numa mãe chorando pelo filho rebelde e entenderás o amor de Deus pela humanidade que o rejeita. O mais interessante é que o amor de Deus sobrepuja o amor materno, de forma que, se você foi abandonado por sua legítima mãe Ele o recolherá, ou se ela te esqueceu, Deus promete que jamais te esquecerá. E se acaso te rejeitou e não te perdoa, Ele afirma que o que vem a Ele não será lançado fora.
Meu interesse não é de refutar a figura paterna de Deus, antes, ampliá-la, ou seja, poder mostrar que Deus é Pai para quem precisa dele como tal , mas também é Mãe para quem necessita de seus atributos maternais.
Enfim, visto que Deus é espírito, isto é, um ser desprovido de sexo, e mesmo assim concordamos com a frase metafórica: "Deus é Pai", então em meio as inúmeras coincidências entre o amor de Deus e o amor de mãe, atrevo-me a afirmar:
"Deus é Mãe! E que Mãe!"


Leila Castanha
2006


domingo, 3 de fevereiro de 2013

O AMOR NÃO SE APAGA, SE RENOVA



Há dois momentos na vida do ser humano que são quase indescritíveis. O primeiro é quando ele se encontra atingido pelo amor, geralmente por alguém que jamais pensou que amaria: um desconhecido ou mesmo alguém a quem já dantes conhecia. E o segundo, é quando aquela pessoa a quem você dedicara todo o seu amor, profere dos mesmos lábios que você beijara um gélido e indiferente “Adeus”.
Quão humilhante te parece hoje ao olhar para o passado e lembrar-se dos “micos” que você pagou por alguém que não valeu a pena. Lembrar-se daquela mão que você recusava-se a soltar, cujos dedos eram mantidos entrelaçados aos seus, numa tentativa tola de deter a separação que sempre se pronunciava ao fim de cada encontro. Ao relembrar-se das lágrimas sofridas a cada ameaça de rompimento, causada por uma imprudência sua ou até mesmo pela impossibilidade do outro admitir as próprias culpas. Mas, independente de quem tivesse com a razão, o fato é que você chorava e humilhava-se movido pelo terror do rompimento! É difícil recordar sem um misto de sentimentos de prazer e raiva, das juras de amor interrompidas pela avidez de um beijo que você sentira-se impelido a despachar, sem pedir licença ou concessão, cego pelo calor das palavras ensaiadas pelo ser amado e tão ingenuamente cultivadas por sua falta de experiência.
Quantas vezes enfeitiçado pelo amor você agiu com sentimento quase que de insanidade! Fez coisas que hoje se envergonha, porque a razão te grita todos os dias, que tudo o que você fez não teve sentido algum para aquela pessoa por quem você passou noites em claro e dias sonhando acordado!
Que raiva você sente, nas vezes em que pensa naquela cara de tonto que você fazia, com um sorriso bobo colado nos lábios, sentindo uma alegria tão igualmente boba que nem seu próprio coração compreendia o motivo. E aquele caderno cujas páginas foram ocupadas com frases do tipo: Eu te amo! Eu te quero! Amo você! I Love You!? E o que pensar quando você se depara com a lembrança daqueles pedaços de papel que lhe caiam às mãos, os quais você desperdiçava horas a fio rabiscando assinaturas daquele mesmo nome dezenas de vezes.  Isso sem falar nas mãos, e, caso fizesse parte dos mais ousados, nem as paredes ou os móveis lhes escapavam. E as cartas de amor, como eram ridículas! Recheadas de juras de amor eterno, e versos sem nexo, que colocavam o outro num trono sublime e o fazia sentir-se o centro do Universo. E o pior é que era exatamente assim que você o via!  Mas, não se preocupe: Como previa o poeta Fernando Pessoa, pelas vias de seu heterônimo Álvaro Campos, “Todas as cartas de amor são ridículas, e não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.” Espero que com isso tenha te trazido ao menos um pouco de alívio. Afinal, você estava apaixonado!
A questão crucial é: Você amava ardentemente aquele ser ingrato, mas ainda assim ele te abandonou, e agora você fica chorando pelos cantos e... Pensando nele!
-Meu Deus - você pergunta inconformado - Por quê?
O fato é simples: Quando amamos alguém fazemos tantas coisas ridículas, que mesmo ao nos desligarmos da pessoa ou, principalmente quando esta se desliga de nós, mesmo sabendo que não nos merecia, nossos sentimentos não conseguem libertar-se de sua presença.
A verdade é que sua mente  pode até te enganar dizendo-lhe que logo aquele sujeito será deletado dela, mas, ao coração ninguém engana: Quem ama jamais esquece! Por isso se você não puder sentir seu amor lado a lado, seu coração o trará de volta em forma de saudade!
Só tem uma saída: Toca a bola para frente e encontre uma pessoa legal que mereça o seu amor e que você possa amá-lo com a mesma intensidade. Seu coração precisa amar alguém, portanto, se quiser que ele esqueça o passado, reescreva uma nova história.
 Boa Sorte!


Leila Castanha

QUANDO CHEGA O AMOR

Os dois se entreolham e as faíscas saltam de seus olhos enamorados. O sorriso de lado, quase fatal ao coração flechado, traz uma dor  intensa, mas gostosa, que lhes consome a alma.  A pulsação acelera-se como um trem desgovernado, onde o maquinista já não possui o comando, ele apenas observa seu trajeto rumo ao fim incerto. Tão incerto, que não se pode imaginar se o fim será de fato fim ou o começo de algo jamais vivido.  A cabeça gira tonta envolta por milhões de pensamentos, e o cérebro procura governar o resto do corpo, mas os órgãos resistem-lhe como se entendessem que não há segurança em suas instruções. Os olhos desejam fitar o sujeito de seu martírio, mas não tem certeza de que o  coração resistirá a esta visão  ou explodirá num ataque fulminante. As mãos suam mesmo quando a temperatura está amena e o vento colabora em um dia de frescor. As pernas bambeiam ante a menor possibilidade de encaminhar-se em direção ao tal carrasco. Se teima, o coração ameaça saltar goela  afora, mas se foge, ele retorce-se como quem sente que praticou a maior das idiotices. Um objeto  banal que lhe passou pelas mãos torna-se algo sagrado e toda a insanidade desponta na ânsia de encostar-lhe à pele como que num contato indireto. A memória sofre colapsos constantes e entre uma e outra recordação, lá está o rosto, o corpo, a voz e até o silencio do alvo daquela imagem que se lhe impregnou à mente. Todas as pessoas são menos importantes quando comparados a ela. Os rostos são bem recordados diante de suas lembranças, mas a impressão é que aquele rosto em particular, ainda que desfeito em milhares de  partículas, jamais será esquecido. Não só o rosto, mas as mãos, os dedos, as unhas, os maiores ou menores gestos, a boca, a voz  e até o compasso da respiração gruda em nosso subconsciente que inconscientemente nos faz pensar, pensar e pensar a tal ponto de ser preciso extravasar esse congestionamento neural. Para tanto, haja papeis no mundo! Volta e meia e um rabisco aparece: Te amo! Amo você! Amo vc! Amo-te!I Love You!... Nada faz sentido fora dessa imagem e dessa lembrança intrusa e muitas vezes inoportuna, que não pede licença nem escolhe lugar ou hora para se apresentar. A noite chega e com ela   vem a ansiedade do dia seguinte, e ao raiar o dia nasce com ele o desejo de acelerar as horas para se fazer clara de vez por todas a causa terminal dessa agonia. O coração sente-se totalmente perdido. Um prisioneiro em grades invisíveis. O individualismo do Eu já não é uma conquista, mas um tormento e o Ser único fica impregnado pelo Eu alheio. O sujeito não se reconhece mais, até se enoja de quão dependente tem se tornado do outro.  Por mais que a razão diga que ele basta-se a si mesmo, todo o resto de seu ser lhe diz que não nasceu para viver só. Só, não quer dizer sem ninguém, mas sem o tal autor de seu suplício. Cria-se uma dependência dessa segunda pessoa que apesar da ordem cronológica, acredita-se que aquela  vem antes de si próprio. Sim, o individuo atingido por essa seta passa a ocupar o segundo lugar na própria vida.  Indecisão, medo e insegurança são os sentimentos bem reconhecidos por todos os poros de seu corpo. Pois é, o amor chegou!

Leila Castanha

2013


sábado, 2 de fevereiro de 2013

POR QUE ME FIZESTE ASSIM?



Em Romanos nove e vinte
Paulo diz para o ouvinte
Que apreende esta verdade
Sem qualquer preponderância
Ele mostra a ignorância
Da parte da humanidade


As vezes alguém implora
E chorando ao Senhor ora
Mostrando os seus dilemas
E lhe diz com dor sem fim:
Porque me fizeste assim
Cheio de tantos problemas?


Mas Paulo há muitos anos
Repreendeu os romanos
Por esses  murmúrios seus
Disse sem nada temer:
Quem somos pra debater
Sobre a vontade de Deus?

O próprio apóstolo um dia
Orando ao Senhor pedia:
De mim este espinho afasta!
Porém Deus não quis fazer
E disse-lhe com poder:
A minha graça te basta!

Por isso Paulo alertou
E para nós declarou
Em um dos discursos seus:
Pra que Dele não desfaças
Disse: Em tudo dai graças
Pois é a vontade de Deus

Pois muitos dantes descrentes
Sentindo-se impotentes
Perderam então a paz
Em busca de um favor
Hoje servem ao Senhor
Pois Deus sabe o que faz


 Então se a dor for cruel
Deves mostrar-te fiel
Mesmo que atribulado
Porquanto com alegria
Diz a Bíblia  que um dia
Você será consolado


Resta-nos agradecer
Em regozijo dizer
Tal qual Samuel falou
Brademos erguendo as mãos:
Até aqui meus irmãos
O Senhor nos ajudou!


Autoria: Leila Castanha
1997

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

GRAÇAS PELO ANO NOVO!



Passaram-se doze meses
E agora olho pra trás
Relembro o velho ano
Que foi e não volta mais

Lembro-me neste momento
De tudo que já passei
Apesar de tantas lutas
Muita vitória alcancei

Louvo a Deus neste momento
Que inicia o ano novo
Porquanto até aqui
Deus ajudou o seu povo

Como disse Samuel
Falo sem nenhum temor:
Até aqui meus irmãos
O Senhor nos ajudou!

Mais doze anos teremos
De grande agitação
Sejamos gratos a Deus
De todo o coração

Mais um ano, com prazer
Iremos iniciar
Sabendo que o Senhor
Tem mais bênçãos pra nos dar

Portanto, não esqueçais
De que o Senhor vos deu
Um ano cheio de paz
Com a proteção de Deus

Por isso sede mui gratos
Neste ano que inicia
E que as bênçãos do Senhor
Vos acompanhe a cada dia.


Autoria: Leila Castanha
1994

LEMBRA-TE DO SENHOR NA TUA MOCIDADE


 Lembra-te do Senhor na tua mocidade
E não te iludas nunca com a vil vaidade
Procura agradá-la com o teu bom proceder
Para que vindo os anos, recorde-os com prazer

Em toda sua força procura-o servir
Agradecendo a Cristo por ter remido a ti
Sê grato a Ele sempre cantando em seu louvor
Lembra-te enquanto és moço do teu bom Criador

Entrega ao mestre amado tua vida sem reserva
Pois a mocidade passa como a simples flor da erva
Muitos dos que já foram moços já não trabalham mais
Procura substituí-los, pois já é tarde demais

Portanto, ó mocidade, procura com mais fervor
Buscar as almas perdidas e levá-las ao Salvador
É grande o padecimento dos homens na escuridão
Leva tu a luz pra eles, Jesus Cristo, a salvação

A hora já é chegada de tua definição
Porque hesitar tanto em pregar a salvação?
Não é o mestre amado que te ordena com todo amor profundo?
Portanto, ó mocidade, fale de Cristo ao mundo!


Autoria: Laerço dos Santos