domingo, 21 de setembro de 2014

Diga-me


bela primavera enfeita a minha vida
Ações recompensadas da busca  com ardor
Não valem a beleza das flores que eu ganho
Mas tudo fica belo, se dizes: Eu te amo!

Os Pássaros cantando em sinfonias belas
O sol irradiando me envolve  em  seu calor
Mas só  tua lembrança me basta e me inflamo
Pois arde em mim o peito, se dizes:  Eu te amo!

O outono decidido  renova em mim a vida
O vento faxineiro, me limpa toda a dor
Mas não gozo saúde,  sem ti,  tristeza ganho
Porém, logo me curo  se dizes :  Eu te amo!

O inverno chega frio e o coração congela
O medo me consome por nada me aquentar
Porém, quando me tocas, qual chama me  inflamo
E cresce em mim o fogo, se dizes:  Eu te amo!

Leila Castanha

09/2014

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

MINHA FADA


Semblante tão calmo de águas serenas na flora selvagem
Regato em que muitos a sede de afeto vem dessedentar
Olhar cintilante, qual brilho de estrelas denota esperança
Aponta em seus gestos a luz entre a noite e o dia a raiar

Pensante pessoa, se vê refletindo no dito futuro
Trabalha as palavras qual pepitas raras de muito valor
Qual bálsamo santo são os seus dizeres à alma em apuros
Qual sino estrondoso seu advertir ao querido infrator

Braços solidários que a muitos, ao peito, refez-lhe a calma
Rosto de candura, olhares atentos de mestre/ aprendiz
Recolhe lições preciosas da vida e gradua-se em anos
Pepitas de ouro em salvas de prata as palavras que diz

Seu nome ecoa no mundo inteiro em formas diversas
Num urro, guinchado, gemido, sussurro ou num fraco piar
Sorriso maroto ao ver saltitante o objeto de amores
Semblante pesado ao sentir o perigo dele se acercar

Quem nunca viveu em um reino de amores, num mundo de fadas
Onde um gemido ou um fraco sussurro suscita o querer?
Num mundo de  gozo aonde  o amor reina em absoluto,
Num reino efêmero, qual vento veloz faz o tempo a correr

Quem nunca na vida foi tão pequenino e  bem amparado
Por uma fadinha, num reino encantado, chamado de lar?
Com bastão de ferro, tornava em sapo a figura rebelde,
Com bastão de ouro, num príncipe lindo pra o recompensar

Oh voz que sublime qual carga energética levanta a coragem!
Oh beijo encantado, qual fonte os seus lábios derramam vigor!
Oh pés tão ditosos, que correm em missão de trazer alegria
E braços, que fortes, ampara a fraqueza num aperto de amor.

Não sinto o tempo que perdi nos anos, após a infância
Nem maldigo a sorte que da minha fada há de me separar
Lamento àquele que em sua vivência num mundo inseguro
Não teve a sorte de ter como esteio a rainha do lar!

Leila Castanha
09/2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

ARQUITETOS DO SABER


Imagem extraída de Pinterest


Casas de alvenaria sem retoque de pintura
Tijolos bem à vista poluindo a beleza
Janelas de ferrugem corroídas pela vida
Com vidros a faltar, e expondo-lhe a pobreza

Por dentro a desordem de um lar sem estrutura
As vidas acabadas como móveis desgastados
Faltando o ornamento de um lar em equilíbrio
Restando nela vidas, resquícios desprezados

São essas sobras feias, esculpidas na miséria
Que chegam na cultura escolar, sem aparência
São casas acabadas pela falta de cuidados
Tão cheias de desgastes,  cobrindo-lhe a essência

Em meio a beleza da cultura escolástica
Se encurvam , pobres casas, tão abaixo do ideal!
Se abri-las, velhos móveis, deformam a parte interna
Que foram mobiliadas pelo exemplo do real

Mas, vindo um arquiteto lhes sonda as estruturas
Recuperando nela  o bem que lhe restou
Os móveis velhos trocam, a pintura lhe restaura
Ao dar-lhe nova forma, nova casa se formou

A nós, dignos mestres, é o chamado do arquiteto
Sondar as velhas casas que nos chegam a ruir
Designers desta vida, inspiremos  as mobílias
E casas suntuosas, dos casebres vão surgir.